Ser mulher e profissão
- Thais
- 30 de out. de 2016
- 5 min de leitura

Um dia desses conversando com uma grande amiga de faculdade na bus de volta para casa, algo dito por ela na conversa me alegrou demais e ela nem sabe haha, vai descobrir agora. Falávamos de formar família, da nossa vontade de termos uma, de ter filhos e também da responsabilidade que é ser mãe, esposa. Ela dizia que possui esse sonho e que com certeza quer um dia realizar.
Mas o que me alegrou mesmo foi saber que esse sonho pessoal, essencial, da minha amiga, a fez, juntamente com outros motivos, desistir do Curso de Relações Internacionais que fazia em SP. Ela me disse que tal profissão a faria viajar muito, se ausentar muito de sua casa, daí de seu filho e de seu esposo e ela não queria isso, ela gostaria de uma profissão que a possibilitasse se dedicar a sua família também. Isso me alegrou, leitora, porque muitas vezes nós escolhemos uma profissão visando o nosso futuro financeiro apenas, não pensamos nessa parte, na nossa responsabilidade como mulheres mães e esposas.
Nessa conversa ela me contou que sempre que contava essa história para as suas amigas de faculdade, todas elas a achavam maluca, pois o que elas mais querem é viajar a vida toda e todo aquele blábláblá, que não sei você, mas eu já disse haha. Graças a Deus hoje tenho essa consciência da responsabilidade e da beleza da mulher no seu lar.
Ora, se possuímos a vocação do matrimônio, principalmente, e respondemos a ela, precisamos pensar e tratar com responsabilidade essa missão. Não é simplesmente casar, muito menos ter filhos para que os outros cuidem a maior parte do tempo para você. São os pais os responsáveis pelos filhos e pela família, você será responsável pelo seu lar juntamente com seu esposo.
Acontece, atualmente, como já dissemos tantas vezes aqui, que a mulher procura uma independência total, de tudo e todos, razão a qual muitas não querem sequer mais ter uma família ou se ainda se casam não querem ter filhos, por medo de atrapalhar a carreira profissional. Mas filho é benção de Deus, não é empecilho, não é atraso de vida. Gerar vida e nesse caso, vida física, uma criança, é algo nato na mulher que possui a vocação do matrimônio, além de que é requisito para o matrimônio a abertura para acolher os filhos que Deus mandar, “frutificar-vos”.
É triste ver tantas mulheres deixando essa importantíssima missão confiada por Deus de lado por razão da vida profissional, por razões financeiras, por quererem se realizar e acharem que somente através do sucesso na vida profissional isso ocorrerá. Engano delas, nós mulheres nos sentimos realizadas cuidando da nossa família, dos nossos filhos, esposo, não é necessário sequer que tenhamos uma profissão, a maternidade, que é muito mais do que gerar, nos realiza plenamente.
Isso não quer dizer que a mulher não possa trabalhar, longe disso, mas seria importante que no planejamento de vida de uma mulher estivesse presente com grande relevância a maternidade e a partir disso ela pudesse pesar se tal profissão a permitiria estar presente na criação de seu filho, a permitira igualmente cuidar de sua família. Isso é importante, pois uma mãe presente agrega muito no desenvolvimento psicológico, afetivo, sexual de seu filho, faz crescer uma criança saudável e isso é bom para a sociedade.
Portanto, leitora, se está prestes a decidir por alguma profissão ou se já exerce, não deixe de lado a sua missão como mulher, não deixe de lado a maternidade, a nossa nobre e nata missão de gerar vidas, cuidar de vidas, nossa missão dada por Deus deve ser priorizada e não o contrário.
Por fim, mais uma vez prefiro que o texto termine com as palavras do nosso Emérito Papa Bento XIX, que escreveu, ainda enquanto Cardeal, uma CARTA AOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA SOBRE A COLABORAÇÃO DO HOMEM E DA MULHER NA IGREJA E NO MUNDO, a qual nos ajuda a entender o posicionamento da nossa amada Igreja Católica sobre nosso assunto de hoje. Ressalto novamente que seria muito bom se você, leitora, lesse a integra desta carta, é muito interessante (link abaixo). Um beijo, cheia de graça! Qualquer coisa estamos a disposição! Uma semana abençoada.
“Numa tal perspectiva, compreende-se o papel insubstituível da mulher em todos os aspectos da vida familiar e social que envolvam relações humanas e o cuidado do outro. Aqui se manifesta com clareza o que João Paulo II chamou génio da mulher.19 Implica isto, antes de mais, que as mulheres estejam presentes, activamente e até com firmeza, na família, que é «sociedade primordial e, em certo sentido, “soberana”»,20 porque é nesta que, em primeiro lugar, se plasma o rosto de um povo; é nesta onde os seus membros adquirem os ensinamentos fundamentais. Nela aprendem a amar, enquanto são amados gratuitamente; aprendem o respeito por toda a outra pessoa, enquanto são respeitados; aprendem a conhecer o rosto de Deus, enquanto recebem a sua primeira revelação de um pai e de uma mãe cheios de atenção. Todas as vezes que venham a faltar estas experiências fundantes, é a sociedade no seu conjunto que sofre violência e se torna, por sua vez, geradora de múltiplas violências. Isso implica também que as mulheres estejam presentes no mundo do trabalho e da organização social e que tenham acesso a lugares de responsabilidade, que lhes dêem a possibilidade de inspirar as políticas das nações e promover soluções inovadoras para os problemas econômicos e sociais.
A este respeito, não se pode, porém, esquecer que a interligação das duas atividades — família e trabalho — assume, no caso da mulher, características diferentes das do homem. Põe-se, portanto, o problema de harmonizar a legislação e a organização do trabalho com as exigências da missão da mulher no seio da família. O problema não é só jurídico, econômico e organizativo; é antes de mais um problema de mentalidade, de cultura e de respeito. Exige-se, de facto, uma justa valorização do trabalho realizado pela mulher na família. Assim, as mulheres que livremente o desejam poderão dedicar a totalidade do seu tempo ao trabalho doméstico, sem ser socialmente estigmatizadas e economicamente penalizadas. As que, por usa vez, desejarem realizar também outros trabalhos poderão fazê-lo com horários adequados, sem serem confrontadas com a alternativa de mortificar a sua vida familiar ou então arcar com uma situação habitual de stress que não favorece nem o equilíbrio pessoal nem a harmonia familiar. Como escreve João Paulo II, «reverterá em honra para a sociedade o tornar possível à mãe — sem pôr obstáculos à sua liberdade, sem discriminação psicológica ou prática e sem que ela fique numa situação de desdouro em relação às outras mulheres — cuidar dos seus filhos e dedicar-se à educação deles, segundo as diferentes necessidades da sua idade».21”
http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20040731_collaboration_po.html
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