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Ana e Gui

  • Thais
  • 17 de jul. de 2016
  • 4 min de leitura

Ana, 19 anos, 2° ano de Letras, estagiária de uma escola infantil, apaixonada por poesia, viciada em chocolate, louca por WalkingDead (crazy, i know haha), péssima no trânsito, apegada aos seus pais e sua irmãzinha mais nova, Mel, leitora do blog cheias de graça da UPC (uhuul! Hahaha), católica, daquelas que vão à missa todo fim de semana e que participa de algumas pastorais de sua comunidade paroquial, inclusive o grupo de jovens, virgem, namora o Gui, que já possui seus 22 anos, cursa 4° ano de Educação Física, trabalha em uma academia no centro da cidade, já tem seu carro, o qual Ana ralou recentemente na parede ao tentar tirá-lo da garagem de sua casa, super fitness, gosta de uma alimentação balanceada (ao contrário de Ana), apaixonado por correr e por seu time do coração, Corinthians, frequenta a missa junto com Ana. Gui já namorou antes de Ana e não viveu a castidade.


Ana e Gui namoram faz um ano e meio e de uns tempos para cá os dois estão brigando demais, o motivo é que Ana desde antes de começar a namorar já havia dito que queria casar virgem e portanto queria viver um namoro casto e ali no início Gui até aceitou e concordou em respeitar e viver, mas agora, depois de um tempo de namoro, Gui, muito influenciado por seus amigos, não deseja mais viver um namoro santo e disse a Ana no começo do mês retrasado sobre o desejo de que eles passem a ter relações.


Ana ficou muito chocada, triste, porque ela, sendo muito católica, só aceitou namorar com Gui porque ele se comprometeu a respeitar sua vontade de casar virgem e de também viver a castidade no namoro, agora com a nova de Gui, ela ficou sem saber o que fazer e os dois nesse mesmo mês só discutiam e brigavam quando esse assunto vinha à tona. Ela pensou em terminar muitas vezes, mas ela acreditava que conseguiria mudar o desejo de Gui e o fazer entender novamente o sentido da castidade, porém, com o passar do tempo, Gui, mudando sua tática de bater de frente,vai se mostrando o cara mais perfeito do universo, agradando Ana em tudo o que pode, sendo super carinhoso, se aproveitando disso para algumas vezes até passar um pouco dos limites. Na cabeça de Gui ele vai convencer Ana e esquentando as coisas talvez consiga que naturalmente aconteça o que passou a querer.


Ana, meio perdida entre seus princípios, valores cristãos e os ideais mais modernos, frescos no seu dia a dia na faculdade, não refreou também o impulso quando Gui começou a querer esquentar as coisas e eles foram avançando nesse último mês na intimidade física, que só se deve ter após casar.


Muito confusa, Ana, conversava direto com suas amigas da faculdade a respeito e elas sempre diziam a Ana que ela deveria “fazer” logo, pois não vêm sentido nesse seu propósito e que era até perigoso que Gui, cheio de vontade, a traísse com outra, afinal ele é homem. Contudo, ao mesmo tempo, Bianca, uma amiga da igreja, que considera como irmã, sempre tentou dar forças para que se mantivesse firme, e assim Ana cada dia que passava se encontrava mais na dúvida.


Acontece que a cada dia que passou desse último mês a certeza e a vontade de que Ana tinha de casar virgem foi desaparecendo pouco a pouco e ela passou a se enxergar madura para tal ato genital, pronta, passou a pensar que se acontecesse ela não iria ficar tão triste como antes. Na bem verdade, Ana está por um fio de se perder naqueles argumentos ditos por quem não é cristão, os quais realmente se permeiam em ideais mais fáceis e gostosos de viver, ao invés de tentar fazer retornar em Gui a vontade de um namoro santo. Confusa demais, Ana está quase “cedendo” às pressões de Gui e de toda a sociedade, que prega e faz parecer natural o sexo no namoro.


Eis que, nessa última sexta feira, Gui ao ir embora da casa de Ana, a convidou para assistir um filme no outro dia a noite, sábado, em sua casa, enfatizando que não teria ninguém lá, pois todos iriam para uma festa de casamento de um amigo de seu pai e que voltariam muito tarde, e adivinhe só, leitora? Ana aceitou! Mesmo com todas as dúvidas que ainda possuía, mesmo com o desejo lá no fundo que ainda pulsava de viver um namoro santo, mesmo sabendo que nesse fundo poderia se arrepender. Mesmo assim, mesmo que estivesse sendo necessário formular a cada segundo novas desculpas para enterrar sua consciência, que acusava como errado tal atitude, ela aceitou.


E sábado chegou, com aquele frio na barriga, com aquela sensação de “Será?!”, aquela vontade de sair correndo pra bem longe, com o medo do arrependimento, ela esperava Gui no portão de casa, e enquanto todos esses sentimentos iam brotando, ela travava uma guerra com sua consciência que insistia em apontar como um erro tal decisão, criando, nesse turbilhão de pensamentos, ótimas desculpas para burla-la e tentar evitar o tal peso depois. Ana estava com muito medo, quando Gui chegou.


Ana entrou no carro e os dois em um silêncio cortante foram por todo caminho sem sequer se olhar, tanto Ana podia sentir o nervosismo de Gui, tanto Gui o medo de Ana.


E em meio a essa guerra fria, eles chegaram à casa de Gui e realmente não havia ninguém lá.


Continua...


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