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“HUM, ENTÃO, MAS, ASSIM”

  • Thais
  • 29 de mai. de 2016
  • 4 min de leitura

Diga-me, leitora, quantas vezes nos dias de hoje, você já sentiu medo de expressar suas opiniões e ideais cristãos aos outros? Quantas vezes já se calou diante das pessoas, com o intuito de não iniciar uma discussão, bem como se poupar de eventuais acusações e julgamentos? Sei que existem muitos que andam demasiadamente armados, a espreita de alguma mísera brecha, palavra, que vá de encontro à sua ideologia considerada perfeita, não perdendo a chance, ao se depararem, de proferir no mesmo segundo o ataque, com rispidez absurda, ao pensamento alheio. Contudo, por mais que certas pessoas e situações possam ocasionar o medo de nos expor, precisamos nos apegar a dimensão da Cruz, agarrar a nossa e apesar dos medos e inseguranças, seguir, isso é ser cristão.


Não digo para brigarmos, pois o silêncio muitas vezes é a melhor resposta, porém em outras tantas é necessário que nos expressemos, sempre com amor e misericórdia. Não podemos ser omissos todas as vezes e nós mulheres, em especial, dada nossa essência, possuímos mais essa difícil missão, a de resgatar a dimensão perdida do diálogo nas relações humanas.


A ideia desse texto surgiu na semana passada, quando pude notar o quanto as pessoas estão com receio de se expressar perante as outras, em virtude das ideologias que nos cercam e pelo motivo de que não se pode maisesperar do ouvinte uma reação dentro da normalidade, uma vez que é manifesta a falta de capacidade de dialogar presente em nossa sociedade.


Mas o que afinal me levou a refletir sobre isso? Vou te contar agora, leitora.


Curso o 9°semestre (quinto ano) de Direito, na universidade PUC Campinas e a maioria esmagadora da minha sala são mulheres, daí talvez o porquê do ocorrido. Assistindo à aula da disciplina de antropologia teológica, que versava a respeito de Deus, religião, homem, mulher, os analisando nos séculos passados, passei a notar que toda vez que meu professor falava de religião e mulher, dentro da temática da aula, ele ficava sem jeito com as palavras, não conseguia se expressar de maneira clara, balbuciava, pensava muito, claramente estava com medo de simplesmente ministrar sua matéria e ficou cheio de dedos caçando as palavras “corretas”, para não cometer algum “erro” que pudesse eventualmente iniciar uma discussão calorosa dentro de sala.Isso me chamou a atenção, ele não conseguia sequer dar a sua própria aula, falar de fatos que todos conhecem, por puro medo de que alguém pudesse ter uma interpretação machista ou religiosa do seu discurso.


Depois de voltas e mais voltas, houve um momento da aula que me saltou aos olhos e acabou confirmando minhas suspeitas do medo presente no meu professor. Ele passou a falar de uma pesquisa atual realizada por uma universidade, que comprovou que o homemsente muito mais do que a mulher o desemprego, psicologicamente falando, pelo fato que sempre recaiu em seus ombros a responsabilidade de ser o provedor da família e quando se vêm desempregados, se preocupam mais do que a mulher. O que essa pesquisa comprovou, pelo menos para mim, é bem óbvio, pois é nato do homem esse sentimento de amparar, de proteger, não se trata de machismo, mas tão somente da essência masculina, contudo, meu professor para se resguardar de eventual rumor que pudesse suscitar, disse: “hum, então, mas, assim, isso quem tá falando é essa universidade, não sou eu, afinal de contas hoje o homem não é mais O provedor, a mulher também ganha seu dinheiro, é independente, estou só passando o que foi comprovado pela pesquisa, só..”.


Esse caso mexeu comigo, leitora, e Deus com isso me mostrou a necessidadede falar, falar dele aos outros, do seu amor por cada um, da verdade da nossa fé, do que é ser uma mulher cheia de graça, sem receio, mas com firmeza, amor e misericórdia. Não podemos ficar dando voltas e mais voltas, com medo de dizer o que nos cabe dizer, como no caso do meu professor, por mais que era a sua disciplina, ele, mesmo assim,não conseguia por medo, expressar livremente sua opinião.


Que esse caso nos sirva de exemplo, pois para levar algo que está em nós aos outros, como Deus, precisamos primeiramente ser, porém se necessário, como disse São Francisco, precisamos também usar as palavras. Então que a gente as use,que a gente fale, se expresse, quando preciso for, deixando o medo e a vergonha de lado.


Não podemos maisnos desviar da verdade por medo, leitora, Deus precisa de mulheres que estimulem o diálogo em suas relações, que ouçam com humildade e falem com caridade, mulheres que saibam a hora de se silenciar, porém também a hora exata de falar.


Desse modo, vamos rezar juntas, pedindo a Deus o auxílio nessa grande luta: Meu Deus, eu peço seu Espírito Santo sobre mim, para que me ajude nos momentos em que seja necessário falar. Virgem do silêncio, me auxilie nessa missão de promover o diálogo em minhas relações pessoais, que essa seja mais uma maneira de humanizar o homem, interceda por mim, que antes de falar eu possa ser, Amém.

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